AERO RANCHO: O tempo dos bulichos
Prof.ª Leide de Alencar, mineira, mudou para Campo Grande aos quatro anos de idade, professora desde 1975, em 1993 mudou-se para o Aero Rancho em uma casa de frente a um pasto onde hoje é o Parque Airton Senna, as casas na época, ela lembra muito bem, não tinham muros e as pessoas andavam pelo meio das casas. Não tinha comércio, somente uns bulichinhos, tinha uma feira muito boa, mas acabou pela bagunça da molecada.
Em 1993 comecei a dar aulas na E.E. Padre Mário Blandino, e em 1994 na E.M. Professor Wilson Taveira Rosalino. Naquela época na sala de aula a gente escutava mosca voando pela sala, os alunos eram ótimos e bem comportados, a gente conseguia dar todo o programa do ano, mas nos últimos anos já não eram mais assim, tínhamos dor de cabeça com alunos. Essa mudança foi devido aos pais trabalharem fora, aí as crianças ficavam soltas, não tinham responsabilidades. com a mãe presente eles fazem tarefas e outros afazeres. Há muito tempo que as mães têm que trabalhar para ajudar nas despesas da casa. Tinha bons alunos e bem disciplinados, dos alunos que lecionei tem muitos com boas formações o que me dá muito prazer, me lembro de dois irmãos, um é oficial do Exército outro engenheiro.
Infelizmente a educação hoje, vejo com muita tristeza, é uma instituição falida, os governos, tanto municipal como estadual não dão condições e nem incentivo para melhorar a educação, o governo finge que paga, o professor finge que dá aula e o aluno finge que aprende.
A roubalheira é muito grande, um exemplo; sai de Brasília verba de um milhão de reais e chega na escola cem mil reais, a maior parte fica pelos caminhos. Sofremos muito, chegamos a ficar sete meses sem receber salários, tanto do Estado como da prefeitura. Professor que tinha filhos tinha que vender coisas de casa para comprar o leite.
Com tudo isso, hoje aqui no Aero Rancho, pelos avanços conquistados, temos uma boa qualidade de vida!