O QUE NÃO É COMUNITÁRIO, É FRACASSO
Ideias, desejos, projetos e objetivos que não tenham a força do conjunto estão fadados ao fracasso. Esta é a regra da convivência humana e do sucesso de suas iniciativas, embora haja quem queira ser a exceção e navegar sozinho, até acabar náufrago isolado numa ilha fora do mapa.
É assim na vida social e na política. É assim nos colegiados, como a diretoria do clube ou do sindicato. E é assim no movimento comunitário. É claro que existem os líderes ou pessoas que sempre ficam com a tarefa de carregar o piano. Mas, até para carregar o piano se precisa de ajuda, por menor que seja, ao menos para ajudar a por o instrumento nos ombros.
Ajuda é união. E união faz a força. Ou melhor: união é a força. Não é necessário que duas, três ou mais pessoas pensem igual para levar adiante uma luta que interessa a todas. Uma prefere sair de vermelho, outra de verde ou amarelo, preto, branco…Cada uma escolha a cor que quiser, mas a luta em que estão envolvidas tem um objetivo que interessa a todos, não importa a cor predileta de cada uma.
O movimento comunitário ensina esta arte, tão simples, mas por isto mesmo tão difícil de praticar quando não se tem a consciência do coletivo, do poder que é juntar forças para caminhar juntos quando se deseja a mesma direção.
Em Mato Grosso do Sul, o movimento comunitário andou sendo tão judiado que não conseguiu se unificar da maneira que deveria. São centenas de organizações criadas para defender diversos e diferentes tipos de núcleos habitacionais, porém raramente as decisões do poder publico que impactam diretamente nessas comunidades são tomadas sem sua efetiva participação.
Infelizmente, maus políticos e más gestões publicas investem pesado para esvaziar o poder comunitário, tratando-o como um poder meramente eleitoral. Usam das comunidades e aproveitam-se das carências dela para plantar seu próprio poder, uma influência paralela e alimentada basicamente quando chega a hora do voto e do tapinha nas costas.
No entanto, engana-se quem imagina que o movimento comunitário de Campo Grande perdeu o rumo ou ficou sem essência. Nada disso. Nas associações e no pensamento das verdadeiras lideranças dos bairros, vilas e diversos residenciais continua pulsando a intenção legítima de mobilizar suas comunidades para defender as legítimas causas que possam uni-las.
Em virtude deste desafio, e seguindo a lição infalível da união que faz a força, o site “www.abasems.com.br” vem, respeitosamente, pedir passagem para afirmar-se como instrumento a serviço do movimento comunitário. Um movimento que não se agacha para quem não sabe usar o poder, seja o poder político ou econômico. É fundamental que as representações publicas e civis, como um todo, respeitem o movimento comunitário e o reconheçam como aquilo que é: a maior e mais legítima expressão do pensamento coletivo de um povo.
Andar só é não andar, é não propor, é não doar, é não ser.
Edson Moraes