UNIÃO E ORGANIZAÇÃO, FATORES FUNDAMENTAIS NA CONSOLIDAÇÃO DAS IGRS E ROTAS TURÍSTICAS
Afinal, é simples, fácil e viável criar uma IGR – Instância de Governança Regional? A instituição foi criada para gerir cada uma das rotas turísticas no Estado de Mato Grosso do Sul, assim como em outros estados brasileiros. É uma demanda apresentada pelo Ministério do Turismo visando fortalecer o turismo interno dos Estados.
A resposta para essa pergunta, se é fácil ou viável criar uma IGR pode ser sim ou não, dependendo da união e organização das associações ligadas ao setor em cada uma das rotas turísticas. Por exemplo, para a Rota Bonito-Pantanal não foi difícil pois, bem antes de se cogitar sua criação, já havia uma organização e a união de dezenas de agentes turísticos da região, em especial em Bonito e Corumbá. Já para outras rotas, como a Rota Caminho dos Ipês não está sendo tão simples. Isso porque a união dos empresários do setor privado em torno do Campo Grande Convention e Visitors Bureau ainda não é tão significativa. Com a pandemia, acabou havendo uma desmobilização que só agora, muito lentamente, começa a ser reconstruída. Assim acontece com outras Rotas que ainda estão em fase de criação ou vivendo o início desse processo de organização.
O exemplo de Bonito
Para dar conhecimento e esclarecer melhor os responsáveis pelas Rotas, essa plataforma de informação ouviu o presidente do Bonito Convention e Visitors Bureau, empresário Rodrigo Coinete que esteve em Campo Grande participando do II Feirão de Turismo da Rota Bonito-Pantanal. Conforme explicou, quando o Ministério do Turismo orientou a FundTur sobre o sistema de gestão via IGRs, o Convention Bureau de Bonito já contava com mais de 40 empresas do segmento turístico à ele associadas e contribuindo mensalmente. Com o envolvimento de outros 13 municípios na recém criada Rota Bonito-Pantanal esse número de empresários associados ao Convention Bureau de Bonito superou as 50 empresas. Assim, essa instituição, que já era forte, tornou-se ainda mais robusta. Sem contar com as prefeituras que somam 14 nessa Rota.
Com essa organização e a soma de esforços do setor privado com o setor público, segundo mostrou Rodrigo Coinete, a IGR da Rota Bonito-Pantanal nasceu vigorosa, organizada e em condições de se estruturar para participar de editais da Fundação de Turismo e, assim, conseguir recursos para realizar ações de marketing como os Feirões de Turismo, também criaram uma Assessoria de Imprensa, contrataram uma agência para a construção de um site informativo dos dados de cada municipio e dos atrativos turísticos de cada um deles.
Campo Grande e outras Rotas
A Rota Caminho dos Ipês foi criada a artir da Associação Campo Grande Conventions & Visitors Bureau em um momento complicado por conta da pandemia, quando houve uma desmobilização natural frente à paralisação de muitas atividades. Esse fator preocupante, porém, não impediu que a Rota também participasse de um edital da Fundação de Turismo de MS para obtenção de recursos que, no entanto, foram direcionados principalmente para a realização de treinamentos e cursos visando o aperfeiçoamento de empresários e da mão-de-obra do setor turístico na Capital do Estado e nos demais municípios que compõe a Rota.
A diretoria do Campo Grande Convention se empenha nesse momento na remobilização do trade tanto na Capital como nos 10 outros municípios participantes da Rota Caminho dos Ipês no sentido da reorganização e especialmente na atração de mais empresas e entidades do segmento turístico de forma a retomar com força o trabalho de fortalecimento da Rota e de promoção das atividades, em especial com vistas a integração entre os municípios no que se refere à promoção das atividades turísticas da região que a Rota abrange.
As demais Rotas também correm no sentido de agilizar as ações de organização e fortalecimento de suas atividades, a maioria delas ainda em fase inicial, contando com o apoio sempre fundamental da Fundação de Turismo de MS.
Fundação de Turismo apóia
Ouvido sobre essa questão, o presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendling afirmou que trabalha com Governança desde 2004, portanto tem experiência e conhece toda essa realidade com profundidade. Segundo ele, esta é realmente uma missão complexa, que exige paciência, mas também é preciso empenho por parte dos envolvidos, sejam do setor público ou privado. Especialmente do privado, certamente.
Uma das dificuldades, e que de certa forma desestimula as vezes o setor privado, é o problema da descontinuidade que se verifica quase sempre no Poder Público. Ou seja, as mudanças na chefia das Prefeituras, no próprio Governo do Estado e na União. Mas especialmente, no âmbito municipal. A cada troca de administração, tudo tem que ser revisto, retomado. Muitas vezes, o prefeito eleito não dá a mesma importância para o segmento turístico do que o anterior, e assim o trabalho pode ser prejudicado.
“Mas temos conseguido avançar, estou vendo com bons olhos todo o processo. É natural que algumas rotas estejam mais adiantadas, até por conta da realidade turística de cada região. O Pantanal e Bonito são destinos consolidados e por isso mais organizados. Os demais estão avançando mais lentamente, mas esse processo é mesmo lento. Mas estou confiante”, concluiu Bruno.
