DIA DE ELEIÇÃO
Hoje deveria ser um dos dias mais importantes para o povo brasileiro, quando o cidadão exerceria o seu sagrado voto – um “dever cívico para a democracia”, como dizem as autoridades. Sim, seria um dia de fortalecimento da democracia, em que o cidadão escolheria o melhor candidato, aquele que ajudaria a melhorar a situação crítica enfrentada pela população, que, embora viva em um dos países mais ricos do mundo, lida com sérias dificuldades em suas necessidades básicas.
Desde o descobrimento do Brasil, passando pela escravidão, a Velha República, a Revolução de 1930 e as redemocratizações de 1945 e 1985, a estrutura social e política pouco mudou. Na Velha República, o país era dominado pelas oligarquias, que exerciam o poder de forma quase feudal, baseadas na agricultura e pecuária, com práticas de mandonismo, coronelismo e clientelismo. Essa classe dominante mantinha – e ainda mantém, em certa medida – o controle sobre a população, sempre visando a preservação de seus próprios interesses.
Assim, não elegemos necessariamente os melhores candidatos (com poucas exceções), mas sim aqueles apadrinhados pelas cúpulas partidárias. Muitas vezes, votamos nos “menos ruins”. E, ao fim, somos obrigados a votar pelo sistema eleitoral vigente.
Valmirar Gomes