Temporal em São Paulo causa pelo menos sete mortes; região metropolitana tem apagão e falta de água
Falta de luz provocada tempestade já dura mais de 15 horas em algumas regiões da capital paulista
O temporal que atingiu o estado de São Paulo na noite de sexta-feira (11) causou a morte de pelo menos cinco pessoas e deixou outras três gravemente feridas. Segundo a Defesa Civil, as vítimas fatais foram registradas na região metropolitana da capital e no interior do estado.
Em Bauru, a queda de um muro vitimou dois adultos e uma criança, além do cachorro da família. Em Cotia, duas pessoas foram vitimadas por um desabamento. A queda de árvores resultou ainda em uma morte em Diadema e outra no bairro do Campo Limpo, que fica na capital.
O temporal também causou um apagão generalizado na cidade e afetou 2,1 milhões de pessoas. Na manhã de sábado (12), mais de 15 horas após o temporal, 1,6 milhão residências ainda estavam sem luz. A Enel, empresa que fornece energia para a região, não deu previsão de retorno do serviço.
“Eu não quero passar uma previsão para vocês sobre a qual eu não tenho evidência real de que vamos conseguir atender”, disse o presidente da companhia Guilherme Lencastre, em entrevista coletiva.
De acordo com informações da empresa, 17 linhas de alta tensão foram atingidas pelo “evento climático extremo”. Houve desligamento de 11 subestações de energia. Na lista de bairros atingidos estão Morumbi, Vila Sônia, Jabaquara, Ipiranga, Liberdade, Pompeia, Pinheiros, Vila Madalena e Vila Romana, além de cidades como Cotia e São Bernardo do Campo.
A falta de energia elétrica também afeta o abastecimento de água em diversas regiões da Grande São Paulo. De acordo com a Sabesp, 16 estações elevatórias, responsáveis por transportar água para locais mais altos, foram prejudicadas. As regiões mais afetadas pela falta de água são a capital paulista, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia.
Segundo a Sabesp, companhia de água e esgoto que atende a capital, outras áreas ainda podem ser atingidas nas próximas horas. Entra elas estão Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá, além de regiões em Santo André, São Caetano, São Bernardo do Campo, Cotia e Cajamar.
O Corpo de Bombeiros registrou cerca de 150 chamados para atendimentos de quedas de árvores na Grande São Paulo até o início da manhã deste sábado.
O temporal também provocou estragos no comércio. Um shopping na zona sul da capital teve partes do forro e da fachada arrancadas pelo vento forte. Um carro que estava estacionado no local foi atingindo por destroços.
Em Taboão da Serra, parte do teto de um posto de gasolina desabou sobre um veículo. A cidade também registrou a queda de 30 árvores, além de uma antena de celular e tapumes de obras.
A Defesa Civil registrou rajadas de vento de até 107 km/h na zona sul da capital, resultado que representa um recorde histórico entre as medições do órgão. Quase 100 municípios do estado foram atingidos. A previsão para o final de semana é de que o tempo continue instável e novas tempestades não estão descartadas.
Edição: Thalita Pires
